ATA DA SEPTUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 09-9-2009.

 


Aos nove dias do mês de setembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 177/09 (Processo nº 3766/09); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 179/09 (Processo nº 3849/09); pelo Vereador Sebastião Melo, os Projetos de Lei do Legislativo nos 169, 171 e 173/09 (Processos nos 3717, 3719 e 3721/09, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 001/09, da Vereadora Ieda Cunha Cavalheiro, Presidenta da Casa do Poeta Rio-Grandense; 567/09, da Senhora Júnia Cristina França Santos Egídio, Coordenadora-Geral de Convênios do Ministério do Turismo; 601/09, do Senhor Nelson Luiz da Silva, Presidente da Câmara Municipal de Canoas – RS –; 2598/09, do Senhor Francisco Sérgio Abucater Lima, Coordenador da COCEC da Fundação Nacional de Saúde. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a Vereadora Sofia Cavedon e os Vereadores Paulinho Ruben Berta, Ervino Besson, Beto Moesch e Dr. Raul. Na oportunidade, foram apregoados os seguintes Requerimentos: de autoria do Vereador João Carlos Nedel, Vice-Líder da Bancada do PP, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador João Antonio Dib do dia de ontem ao dia onze de setembro do corrente, e o Memorando nº 043/09, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias de ontem e de hoje, na Etapa Municipal da Conferência Nacional de Educação, no Município de Passo Fundo – RS. Também, o Senhor Presidente convidou todos para etapa do Seminário de Ação Contra as Drogas com Ênfase no Crack, a ser realizada no dia dezoito de setembro do corrente, neste Plenário, e convidou os Senhores Vereadores e funcionários para reunião com o Senhor Vinicius Brum, Coordenador do Acampamento Farroupilha 2009, a ser realizada às dezessete horas, no Salão Nobre Dilamar Valls Machado. Também, por solicitação do Vereador Luiz Braz, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Rui Barbosa, maratonista do Grêmio Foot-Ball Portoalegrense, sepultado no dia de hoje. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Airto Ferronato, solicitando que o Projeto de Resolução nº 015/09 (Processo nº 2244/09) fosse considerado em regime de urgência e submetido a reunião conjunta de Comissões Permanentes. Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente: de autoria do Vereador Luiz Braz, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 222, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07 (Processo nº 6777/07), e de autoria do Vereador Dr. Raul, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 127/09 (Processo nº 2967/09). Ainda, foram apregoados os seguintes Memorandos: no 115/09, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador Ervino Besson, no dia três de setembro do corrente, no Seminário “O Agronegócio e a Sustentabilidade Ambiental”, no Parque de Exposições Assis Brasil, às quatorze horas, no Município de Esteio – RS –, e nº 038/09, de autoria do Vereador Ervino Besson, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia seis de setembro do corrente, no Ato Inter-Religioso em Homenagem à Semana da Pátria, às dezoito horas e trinta minutos, na Catedral Metropolitana, em Porto Alegre. Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 110 e 117/09. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/09, e o Projeto original, após serem discutidos pelos Vereadores Mauro Zacher, Valter Nagelstein, Maria Celeste, João Carlos Nedel, Sofia Cavedon, Luiz Braz, Mauro Pinheiro, DJ Cassiá, Ervino Besson, Aldacir José Oliboni, Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto e Carlos Todeschini e encaminhados à votação pelo Vereador Pedro Ruas. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e da Professora Gislaine, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Toyama, e de alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Érico Verissimo, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa; do Fotógrafo Varceli Freitas Filho, e do Senhor Newton Braga Rosa, Diretor da Agência de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre – InovaPOA. Também, o Senhor Presidente registrou os transcursos dos aniversários dos seguintes servidores deste Legislativo: do Senhor Jorge Alberto Soares Barcellos, ontem, e das Senhoras Giovana Rigo e Maria de Fátima Doninelli da Silva Carapeços, hoje. Em Votação, esteve o Requerimento nº 109/09, o qual, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Pedro Ruas e Valter Nagelstein, teve sua votação suspensa, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezesseis horas e trinta minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada pela Vereadora Maria Celeste, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Toni Proença e Reginaldo Pujol, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Toni; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, trato, na Liderança do meu Partido, do que o Governo Fogaça está fazendo com o Orçamento Participativo. Acho que agora ele formaliza, através da LDO e com a mudança dos Programas, o lugar que, de fato, é dado para o que é a marca da Cidade, o que atraiu os Fóruns Sociais Mundiais, o que foi a grande inovação do século passado em termos de democracia, quando uma cidade inteira, Ver. Toni, teve a oportunidade, o privilégio de dirigir o Orçamento Participativo. A Cidade inteira se debruçou sobre os seus rumos o ano inteiro, em reuniões não só Plenárias, mas em reuniões dos Fóruns de Delegados, com informação, com muito debate, com discussão, inclusive, sobre a nomeação de funcionários, discutindo prioridades.

E falo nesse tom um pouco saudosista porque é assim que nós começaremos a tratar o Orçamento Participativo, Ver. Haroldo. O Boletim do Cidade diz que só 12% das obras e das demandas do ano passado foram realizadas até agora, e, ao fazer a leitura da LDO, nós descobrimos que o Orçamento Participativo virou uma atividade. Uma atividade dentro de um dos 12 Programas - o Governo reduziu os seus Programas de 21 para 12: o Programa Cidade Solidária e Participativa. É uma atividade do mesmo tamanho da Expo Shanghai, Ver. Todeschini. Ora, do Programa Cidade Solidária e Participativa, a primeira atividade é a participação, o número de visitas ao estande - é a unidade de medida -, participação de Porto Alegre na Expo Shanghai. No Programa Cidade Solidária, há seis atividades, e uma delas é o Orçamento Participativo, que, para esta Cidade, na nossa avaliação, é estruturador do conjunto de Políticas Públicas de uma cidade, mas, no Governo Fogaça, passa a ser apenas uma outra atividade, para continuar dizendo que a Cidade é participativa e democrática. Tanto é assim que na atividade Gestão Democrática do Planejamento Urbano, com realização de oficinas de planejamento, há oito oficinas. O que significam, na Cidade, oito oficinas de planejamento urbano no ano de 2009? Não significam nada, significam fazer de conta que se conta com a participação popular.

E aí, Ver. Ervino Besson, eu quero trazer uma situação concreta de que não só se diminui a estatura do Orçamento Participativo, reduzindo brutalmente o investimento da cidade de Porto Alegre, que, nos últimos quatro anos, teve, em média, só 4% de investimento, mas se burlou o Orçamento Participativo, diminuindo a esperança, a fé, a participação, o esforço das comunidades. Recebi e-mail de um cidadão, o Sr. Paulo Garcia, morador da Rua do Sínodo. E falo contigo, Ver. Ervino, porque sei que já envidaste esforços no sentido de uma solução para essa rua na Cidade de Deus. E lembro que, alguns anos atrás, nós fizemos aqui o debate do capeamento dessa rua, porque houve uma emenda, mas não era obra do OP. O que fez a comunidade? Foi para o Orçamento Participativo. Eles estão há três ou quatro anos com representantes no Orçamento Participativo. E, para surpresa deles, estão em segundo lugar na Região, tem ata aqui da reunião do Fórum do Orçamento Participativo. (Mostra documento.) Para surpresa deles, duas ruas foram asfaltadas na Cidade de Deus, perto da Rua do Sínodo, que não estão participando do Fórum de Delegados, não estão no Orçamento Participativo. Eu não vou falar o nome das ruas, porque acho que os moradores que esperaram tanto tempo, lutaram tanto tempo para sair do barro nem merecem essa crítica; quem merece a crítica é o Governo, que não respeita a Cidade, que se organiza, que cria um critério universal, que luta, que põe ordem. E lá esteve o Prefeito na inauguração, sábado de manhã, de duas ruas pavimentadas. E aí, Ver. Ervino, os moradores da Rua do Sínodo se revoltaram, foram para cima do CAR, foram para cima do Fórum de Delegados. Aqui está a foto do Prefeito inaugurando as duas ruas da Cidade de Deus não previstas. (Mostra foto.) Ele disse: “Não, isto é pela Governança!” E chegaram a indicar que um Vereador é que conseguiu esse capeamento.

Então, esse é um exemplo que vai desanimando as pessoas, por isso houve a redução da participação no Orçamento Participativo, porque as pessoas começam a ver que a sua voz não é respeitada, que aquele não é, de verdade, o lugar da decisão da participação popular e que, de fato, o Orçamento Participativo virou algo em extinção em Porto Alegre na sua essência, e, na LDO, ele aparece dessa maneira. Faço esse registro num tom de saudosismo, porque a Cidade viveu tempos gloriosos. Os dez anos do Fórum Social Mundial também serão comemorados aqui em Porto Alegre, e quem governa esta Cidade vai ter que prestar contas do que fez da grande construção democrática que a Cidade produziu, que os cidadãos produziram. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoo Requerimento de Licença para Tratamento de Saúde do Ver. João Antonio Dib do dia 08 ao dia 11 de setembro, sem assunção de suplência.

Apregoo o Memorando nº 043/09, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que solicita representar esta Câmara de Vereadores na Conferência Nacional de Educação, Etapa Municipal, na cidade de Passo Fundo, nos dias 08 e 09 de setembro.

Solicito ao Ver. Sebastião Melo que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Sebastião Melo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero agradecer ao nosso Vice-Presidente, Ver. Toni Proença, pela abertura e condução dos trabalhos. Neste momento faço um convite, a pedido do nosso querido Ver. Dr. Thiago - peço à nossa TVCâmara que divulgue -, para o Seminário Municipal de Ação Contra as Drogas com Ênfase no Crack, a realizar-se no dia 18 de setembro neste Plenário. (Mostra cartaz.)

O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quem nos assiste por intermédio do Canal 16, TVCâmara; quem nos escuta através da Rádio Câmara e todos em casa, venho hoje tocar num ponto de muita responsabilidade na questão do Eixo-Baltazar. A Av. Baltazar de Oliveira Garcia foi concluída, o que desafogou o trânsito, teve seus entraves, mas hoje está funcionando. Mas temos a Av. Martim Félix Berta, que inicia na Av. Baltazar de Oliveira Garcia e acaba na Av. Protásio Alves, que é um desafogo hoje para quem vai às cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí. Em relação a esse local, há mais de trinta anos, existe um projeto que busca a duplicação da avenida. Nós estamos solicitando que se retome esse projeto, que se busque recurso para a duplicação da Av. Martim Félix Berta por vários motivos. Primeiro, antes que tenhamos mais ocupações em cima do leito da rua, que ainda não foi concluída, nem iniciada; que haja duas mãos nessa via para facilitar o escoamento, principalmente na hora do rush. Só a Av. Baltazar de Oliveira Garcia hoje tem acesso bom pela Av. Manoel Elias, que acessa a Av. Protásio Alves e a Av. Manoel Elias. Estaremos fazendo uma campanha e buscando recursos, em parceria com o Governo Municipal, com a SPM, com a SMOV, com todos, para a duplicação da Av. Martim Félix Berta, onde a circulação de carros é muito grande, além de outros benefícios que trará à população.

Na descida, onde inicia o Conjunto Residencial Rubem Berta, é uma lomba, com acesso de coletivos, ônibus, que transportam milhares de pessoas por dia. E existe uma ocupação das áreas condominiais dos Núcleos 25, 26, 27, 28 e Núcleos 1, 2, chegando até a Escola Imperatriz. Ver. Todeschini, para nós daquela região, para um melhor desenvolvimento daquela região, após a conclusão da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, a duplicação da Av. Martim Félix Berta nos leva a dar o suporte e as condições necessárias para a geração de emprego, de renda, de qualificação da nossa região, onde o desemprego é muito grande, a miséria bate naquelas zonas ali: Vila União, Vila Imperatriz, Vila Unidos, Wenceslau Fontoura, Timbaúva I, II e III, V. Exª conhece todas essas vilas há muitos anos. A duplicação da Estrada Martim Félix Berta vai favorecer o escoamento de quem vai acessar Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí ou vice-versa; a duplicação é de fundamental importância para nossa região. O Governo Federal tem acenado e dito que recurso para obra existe, basta que desarquivemos o projeto, e nós vamos trabalhar para que isso aconteça naquela região. Fora os acessos, porque nós vamos ter melhorados para saída de praia, pois muita gente sai por ali para acessar a RS-040, que leva à praia.

Estamos trabalhando nessa questão, por isso peço aos Vereadores e a todos que se mobilizem para que nós a dupliquemos. Hoje está muito bonita a Av. Manoel Elias; a Av. Baltazar de Oliveira Garcia está muito bonita e dando trafegabilidade para aquela região toda, mas precisamos que a duplicação venha a se concretizar, saia do papel, pois é um projeto de mais de trinta anos. Eu peço a ajuda de todos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pelo Canal 16 da TVCâmara e pela Rádio Web, eu quero saudar a todos.

A Verª Sofia, que está em uma reuniãozinha com a Bancada, eu respeito, mas gostaria que V. Exª me ouvisse, pois quero responder especialmente a Vossa Excelência. Eu, que fui um dos cofundadores da Cidade de Deus, quero dizer que conheci aquela entidade em 11 de agosto de 1961; conheço todas as famílias que moram lá e as que passaram por lá. A rua que foi pavimentada é uma reivindicação também do mesmo período da Rua da Fé, da mesma época, a Rua da Fraternidade e a Rua da Bondade. Também fiz uma Emenda no Orçamento para a Rua da Fé, que está sendo incluída para fazer a pavimentação, uma reivindicação daqueles moradores. Então, só para responder a Vossa Excelência. Se a Rua da Fé tem o direito, a Rua da Bondade e a Rua da Fraternidade também têm os mesmos direitos, pois conheço todos os moradores de lá. A gente está batalhando, está trabalhando, e não é uma discriminação com os moradores da Rua da Fé da Cidade de Deus. Digo isso porque conheço a história desde a primeira casa que foi construída naquela entidade, a qual tenho hoje a honra de presidir, que pertence a Cáritas. Quero dizer a V. Exª que não é discriminação com os moradores da Rua da Fé. A Rua da Fé, Vereadora, estava no Orçamento, assim como, também, estavam as outras duas, a da Fraternidade e a da Bondade.

Mas, meu caros colegas, eu também preciso dar a minha opinião sobre a reunião de ontem na CEDECONDH, da qual faço parte, presidida pela Verª Juliana Brizola. Como a Vereadora está de licença, a Comissão foi conduzida pelo Vice-Presidente, Ver. Toni Proença, contando com a presença dos Vereadores Adeli, Marcello Chiodo, Pedro Ruas e este Vereador. Também estiveram presentes o Ver. Marcantônio, que substitui a Ver. Juliana, e o Ver. Mauro Zacher. E a reunião foi a pedido do Ver. Zacher, sendo muito oportuna, pois discutimos o problema das cópias xerográficas que estão feitas nas nossas universidades e fora delas. Levantamos o problema; vou ver se lembro o nome das pessoas: a Delegada Patrícia, da Polícia Civil; Delegado Lacorte, da Polícia Federal, que realizou um trabalho, na época, nos anos 70, quando eu fazia parte do Sindicato da Indústria de Panificação, Ver. Tarciso, que foi sobre o problema do ágio na farinha de trigo, um trabalho próspero, ao qual dei a minha parcela de contribuição. Houve uma Comissão na época, e a Polícia Federal estava investigando o problema do ágio na farinha de trigo, e o Delegado Lacorte fez esse excelente trabalho, merecendo o meu respeito. Também estiveram presentes à reunião o Adalberto Musselim; o Jorge Luiz, da DCE, e um senhor que eu não recordo o nome, ele veio de São Paulo; não me recordo o nome, mas ele veio defendendo, também, a pirataria.

Eu nunca defenderei a pirataria; pelo contrário, a pirataria tem que ser banida, porque a pirataria retira recursos de muitas pessoas, dos artistas, os seus direitos autorais; e nós não vamos defender isso. Eu acho que a gente não pode proibir, que nem o Delegado Lacorte falou, porque tem gente que não tem condições de estudar, de comprar o livro, então tira xerox de todo ou de uma parte do livro, porque não tem condições.

Sou do Partido Democrata Trabalhista, e o Brizola tem uma história. Ontem, na Assembleia, teve aquele seminário, aquela reunião, onde as pessoas que se fizeram presentes destacaram a história de Brizola, os trinta anos da volta do exílio; um homem que sempre defendeu a educação. Ainda me lembrei ontem, na reunião, quando o Brizola construiu aquelas quase seis mil e tantas, quase sete mil Brizoletas no interior do Estado, aquelas famílias que não tinham condições de comprar um livro, naquela época ainda, recebiam um xerox de um livro, para poder ler, é a cultura da pessoa. Portanto, foi uma reunião de extrema importância.

Falei com o meu Líder de Bancada, e ele teve a ideia de trazer essa discussão. Eu acho que vamos ampliar essa discussão, sim, fazer um seminário para discutir esses assuntos. É um assunto de extrema importância, e nós somos trabalhistas, o PDT tem uma história muito forte, muito gravada, muito histórica neste País. Vamos fazer esse seminário, rediscutir esse assunto. O Delegado Lacorte foi muito claro, é um homem que escreveu vários livros, não tem problema para ele que a pessoa tire xerox do livro, ou de uma parte, para ter acesso à leitura, ter acesso à educação.

Portanto, foi uma reunião importante. Conforme o que foi encaminhado hoje, vamos fazer um seminário para rediscutir, sim, na Câmara Municipal, na própria Câmara Federal, no próprio Senado da República, na Assembleia Legislativa, esse assunto que deu início na reunião de ontem, na nossa Comissão, aqui na Câmara Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, às 17h estará na Casa o Sr. Vinicius Brum, que coordena as festividades do Parque Harmonia, e há muitas indagações sobre o funcionamento do Parque por Vereadores e Vereadoras que foram questionados por munícipes. Então, eu quero convidar todos os Vereadores e funcionários que tiverem interesse nessa matéria para se fazerem presentes, às 17h, no Salão Dilamar Machado, onde estará a Comissão do nosso Parque Harmonia para poder responder esses questionamentos. Portanto, faço um apelo, Ver. Tarciso - V. Exª levantou essa matéria com muita propriedade, depois foi secundado por outros Vereadores -, para que V. Exª possa estar presente, entre outros, a fim de contribuirmos com esse grande evento que é a nossa Semana Farroupilha.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, volto à tribuna para fazer uma reflexão - mais uma vez, assim como fiz diversas vezes no ano passado - sobre os acontecimentos climáticos que estão mudando o cenário de Porto Alegre, Região Metropolitana, Estado do Rio Grande do Sul.

No ano passado, tivemos aqui na Região Metropolitana, Ver. Dr. Thiago, quatro tornados. Ventos com mais de 100km/h são considerados, Ver. Tarciso, tufões ou furacões; não são meramente vendavais. Nós tivemos quatro no ano passado; tivemos agora - ontem, anteontem - um novo quadro catastrófico de ventos com mais de 100km/h que mudam, sim, o cenário e que devem fazer com que, Ver. Mauro Zacher, políticas novas sejam executadas; que se aproveite isso na discussão da LDO. Se as mudanças climáticas estão aí, Ver. Pedro Ruas, é porque estamos desmatando, estamos retirando a vegetação nativa da nossa Cidade, o que, aliás, Ver. Pancinha, resulta em alagamentos na Cidade, em mudança de clima. Estamos preocupados com uma alteração mundial de dois graus centígrados, que é o máximo, Ver. Oliboni, aceito pela comunidade científica para não termos problemas de catástrofes. Só que, em cidades como Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, já temos uma alteração de oito a dez graus centígrados de diferença de um bairro para outro, dependendo da vegetação existente. E continuamos com dificuldades de implantar políticas de proteção aos remanescentes da nossa vegetação. Nós ainda estamos sem votar o Sistema Municipal de Unidades de Conservação, que tramita há muito tempo nesta Casa.

E mais, Ver. Dr. Raul: por que a febre amarela passou a ser uma realidade em nosso Estado, inclusive na Região Metropolitana? Por dizimarmos as nossas matas nativas, Ver. Ervino Besson, por isso surgiu no ano passado a febre amarela. As mudanças climáticas trazem doenças que antes nós não tínhamos, que jamais seriam previsíveis no Estado do Rio Grande do Sul, como a febre amarela, típica doença de áreas tropicais. Ventos com mais de 100km/h, tufões e furacões, frio mais intenso, calor mais intenso... Por isso a reflexão: qual política vamos adotar para enfrentar essas mudanças que aí estão, cientificamente comprovadas e recorrentes? E tem que ser uma política responsável; nós não podemos aqui partidarizar esse debate. Aqui tem de haver um debate maduro, desta Casa, aproveitando, eu insisto, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que está aqui em debate, para que possamos, sim, fazer uma mudança substancial das nossas políticas. Um novo paradigma se impõe com relação às nossas ações, com relação às nossas atividades. Políticas meramente pontuais, emergenciais, se mostram cada vez mais insuficientes dentro desse panorama. Aliás, estivemos no Rio de Janeiro, no Encontro Nacional da Associação Nacional dos Órgãos Ambientais Municipais, cujo tema principal foi justamente este: qual o papel dos Municípios perante as mudanças climáticas? Não só por causa do nosso papel perante o mundo, mas perante nós mesmos; estamos sendo vítimas das nossas próprias ações e não podemos mais nos permitir continuar errando nesse processo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, o atleta de maratona mais idoso que nós tivemos aqui em nossa região, o Sr. Rui Barbosa, atleta vinculado ao Grêmio, foi sepultado hoje. Eu gostaria que a Casa, que já o homenageou quando vivo, pudesse também o homenagear agora, na sua morte, com um minuto de silêncio.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem; venho à tribuna instado por um assunto que está dando entrada na Casa em 1ª Sessão de Pauta, que é a questão dos médicos do Município de Porto Alegre. Estão sendo criados - agora vamos analisar, acredito que aprovaremos por unanimidade - cem cargos de médicos para o Município de Porto Alegre. Por quê? Porque existe uma defasagem histórica que se acumula ao longo, no mínimo, de vinte anos em relação aos profissionais da área médica no Município de Porto Alegre.

Na realidade, foi criado o Sistema Único de Saúde junto à Constituição de 1988, e a lei que criou o SUS, em 1990, assim como o Controle Social, definiu uma série de critérios necessários para o bom andamento do sistema público de saúde em nosso País. Infelizmente, muitos desses critérios, ao longo dos anos, não se tornaram realidade até hoje, e lá se vão mais de vinte anos. Para vocês terem uma ideia, a lei do Controle Social do SUS define que deve haver uma série de critérios estabelecidos para os repasses financeiros serem feitos do Fundo Nacional de Saúde diretamente ao Fundo Municipal de Saúde. Um deles é o plano de carreira dos funcionários da área da Saúde que atendem o SUS. Havia um prazo de três anos para que isso fosse feito; ou seja, de 1990 a 1993. Estamos em 2009, e até hoje isso não foi feito.

O que é que acontece? Os médicos de Saúde Pública, sejam estaduais, federais ou municipais, estão trabalhando nos mesmos locais, ganhando de modo diferenciado e não estão tendo os reajustes necessários. Isso vem sucateando, ao longo do tempo, a nossa Saúde Pública, porque todos nós sabemos que o médico é o centroavante do sistema público de saúde; ou seja, quem tem que fazer o gol é o médico. E, se nós estamos perdendo os nossos médicos, aqueles que realmente têm que dar uma definição na saúde das pessoas, nós estamos perdendo, em última análise, qualidade no sistema de saúde. É necessário esse enfrentamento, juntando, nesse processo, a Câmara de Vereadores, o Executivo e o próprio Sindicato Médico, para que possamos, de uma maneira unida e bem pensada, retomar essas questões. Porque o médico leva, no mínimo, oito, nove anos para concluir sua formação superior e, infelizmente, no serviço público, não recebe a valorização devida, ele acaba, muitas vezes, para ter um padrão de vida médio, tendo dois, três, quatro empregos. Isso vem acontecendo ao longo de mais de vinte anos, e as pessoas vêm fazendo aquela história do cobertor curto: não trabalha o tempo todo e não recebe com dignidade.

E quem é que perde nessa equação? Com certeza é a pessoa que precisa do atendimento; certamente não somos nós que temos, em grande maioria, bons planos de saúde; quem perde é aquela comunidade, que é mais de 90%, que bate às portas dos postos de saúde e dos hospitais todos os dias e tem uma dificuldade de acesso muito grande ao sistema público de saúde, muitas vezes até falecendo antes de conseguir determinadas consultas. Isso não é culpa de um Governo, nem de dois, é de todo o sistema de saúde. Nós, em Porto Alegre, temos que dar a nossa contribuição valorizando a classe médica, tentando equacionar um plano de carreira, cargos e vencimentos dignos, porque quem vai ganhar com isso não é o médico, é a sociedade toda que vai se beneficiar, é o serviço que vai ser mais bem feito, são os profissionais especialistas que vão retornar à rede pública de saúde. Enfim, é o que todos nós queremos: uma saúde melhor, com as pessoas trabalhando bem e satisfeitas, e isso realmente é possível e também depende da nossa Câmara de Vereadores. Saúde para todos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Airto Ferronato que solicita que seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta o PR nº 015/09, que cria na Câmara de Porto Alegre o Comitê em Defesa das Jazidas de Petróleo da Camada Pré-sal como Patrimônio da Federação Brasileira. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz que solicita retirada de tramitação da Emenda nº 222 ao PLCE nº 008/07 - Plano Diretor.

Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Dr. Raul solicitando a retirada de tramitação do PLL nº 127/09.

Representações já ocorridas: o Ver. Ervino Besson representou a Casa no seminário “O Agronegócio e a Sustentabilidade Ambiental”, realizado no dia 03 do corrente mês, das 14h às 16h30min, no Auditório da Secretaria Estadual da Agricultura. Representação do Ver. Ervino Besson ocorrida no dia 06 de setembro no Ato Inter-Religioso em homenagem à Semana da Pátria na Catedral Metropolitana.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 117/09 – (Proc. nº 3770/09 – Mesa Diretora) – requer seja o período de Comunicações do dia 15 de outubro destinado a assinalar o transcurso do 40º aniversário de regulamentação das profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 110/09 – (Proc. nº 3473/09 – Mesa Diretora) – requer seja o período de Comunicações do dia 21 de setembro destinado a assinalar o transcurso do aniversário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Peço a atenção dos Srs. Vereadores. Coloco em votação o bloco contendo os seguintes Requerimentos: Requerimento nº 117/09, da Mesa Diretora, solicitando que o período de Comunicações do dia 15 de outubro seja destinado a assinalar o transcurso do 40º aniversário da regulamentação das profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional; Requerimento nº 110/09, da Mesa Diretora, solicitando seja o período de Comunicações do dia 21 de setembro destinado a assinalar o transcurso do aniversário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1990/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/09, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os tributos de competência municipal. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 02-09-09.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCE nº 002/09. (Pausa.) O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha nas galerias, pela TVCâmara e também pela Rádio Web. Tive a satisfação, Presidente, de relatar este Projeto, para o qual não tivemos nenhum tipo de óbice, pois é evidente que ele tem todo o amparo legal, jurídico e regimental desta Casa. É um Projeto que busca incentivar - dentro da grande disputa que existe na Região Metropolitana, de diversas empresas - principalmente empresas de tecnologia, empresas não poluentes, como é o caso dos call centers. E, nesse caso, o Executivo não deixou por menos: enviou um Projeto para esta Casa dando incentivo a essas empresas vinculadas à geração de emprego.

Tivemos oportunidade de discutir a matéria na CCJ, junto ao Secretário da Fazenda, junto a outras Bancadas. Discutimos especificamente este Projeto tamanha a importância, o impacto que ele traz em relação à geração de muitos empregos. Todos nós somos sabedores do número de empregos que são gerados através dos call centers e também da oportunidade que trazem a muitos jovens no sentido de terem o seu primeiro emprego. Os call centers têm uma coisa muito legal, Presidente, não exigem aquilo que o mercado de trabalho ainda exige, que é a boa aparência. Então, isso oportuniza trabalho a muitos jovens que ainda estão terminando o Ensino Médio, que estão necessitando de uma primeira oportunidade de emprego, tão importante para a construção de uma carreira no meio profissional, dentro desse mercado de trabalho tão disputado, de tão poucas oportunidades.

Então, não seria possível perder os investimentos e os empregos trazidos pelas empresas de call centers. E vejam a sensibilidade que tivemos - esta Casa - de votar este Projeto em Regime de Urgência. Estamos vivendo ainda uma crise mundial, em que muitos empregos foram perdidos, e, embora todo o esforço que teve o Governo Federal... Quero aqui ressaltar o nosso Ministro Carlos Lupi, que não deixou por menos, incentivou, fez com que diversos setores tivessem a redução de impostos para que os empregos fossem discutidos. Estamos, no momento, em plena discussão, no Congresso Nacional, da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas. Enfim, é isto que nos leva a discutir e a querer votar este Projeto rapidamente: para fazer com que empresas permaneçam aqui, gerando empregos, como também para termos condições de disputar novas empresas de call centers que querem se instalar na cidade de Porto Alegre.

Não é possível, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, imaginar perder inúmeros, centenas, milhares de empregos que vêm através dos call centers. Por isso peço uma atenção muito especial dos senhores, porque estamos diante de um Projeto que irá gerar muitos empregos para a nossa Cidade. E quero dizer - foi mais ou menos uma discussão - que o Governo foi muito “pé no freio”, que poderia até buscar mais incentivos, Ver. Valter Nagelstein, porque nós estamos reduzindo, quando geramos mil empregos, apenas 4%; quando geramos de dois a três mil, cai para 3,5% do ISS; quando geramos de três a quatro mil, cai para 3% o ISS, e, somente quando for de quatro a cinco mil, é que cai para 2,5%. Enfim, isso não é nada diante das centenas, dos milhares de empregos que nós estamos gerando, porque já sabemos que muitas empresas querem se instalar aqui no Município. Quero dizer que sou favorável, fui Relator deste Projeto. Também peço aos Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, independente de Partido, independente de corrente ideológica... O que está em jogo aqui são empregos para jovens, principalmente para aqueles da nossa periferia que querem a oportunidade do primeiro emprego. Quero citar aqui o Rio de Janeiro, onde a Secretaria da Juventude fez um grande projeto em que, através dos call centers, pôde inserir milhares de jovens pela primeira vez no mercado de trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras que nos acompanham nas galerias da Câmara Municipal, pela TVCâmara e pela Rádio Web, eu acho que nós estamos inaugurando, Ver. João Pancinha, um momento extremamente significativo na realidade do desenvolvimento da nossa Capital. Eu tenho sustentado, e já vão aí quase dez anos, que aos Governos cabe uma função ecológica, qual seja, criar o meio ambiente propício, adequado, para que a economia possa se desenvolver. E, a partir da criação desse meio ambiente, que nós possamos gerar emprego, gerar renda e, por sua vez, a partir do desenvolvimento da economia, da geração de emprego e de renda, recursos para fazer frente às demandas sociais, que são cada vez mais crescentes. Nós temos o problema grave da insegurança pública, que nos afeta, aflige todos nós, toda a sociedade. Nós temos a demanda cada vez mais crescente da Saúde Pública, Ver. Dr. Raul, e só é possível fazer Saúde, e de qualidade, se os Governos tiverem recursos, conseguirem arrecadar de forma correta. Então, obviamente, a partir daí deve haver um entendimento com relação às virtudes do desenvolvimento econômico e o papel do Estado na sua função de apropriação dessas riquezas para fazer a devida distribuição da renda.

E eu quero saudar o entendimento, Ver. Tarciso, da Fazenda Municipal de Porto Alegre, do Secretário Cristiano Tatsch e de todo o corpo técnico da Fazenda, que nos remete este Projeto de Lei criando uma inteligência tributária na nossa Cidade e beneficiando sobretudo jovens em condição de primeiro emprego - não é, Ver. Mauro Zacher? Eu tenho defendido, Sr. Presidente, volto a dizer, há quase dez anos, que devemos eleger alguns vetores do desenvolvimento. Lá atrás, na minha campanha à Prefeitura - uma campanha despretensiosa, mas que tinha o objetivo de carregar uma bandeira, um manifesto -, eu propunha os quatro “t”, que eram quatro vetores do desenvolvimento: teto, trabalho, transporte e tecnologia. E nós estamos aqui atendendo a um desses “t” com este Projeto que estamos na iminência, Ver. Marcello Chiodo, de votar, que é o Projeto da tecnologia.

Aqui, agora, por exemplo, nós temos jovens que estão comparecendo à Câmara de Vereadores, estão nas nossas galerias. Daqui a um, a dois anos, eles estarão disputando vagas no mercado de trabalho. E qual é o espaço que terão no mercado de trabalho? Este Projeto vai ajudar a resolver. Em Porto Alegre, a cada ano, mais de cem mil jovens chegam ao mercado de trabalho, e nós precisamos encontrar meios para que eles sejam absorvidos, para que tenham o primeiro emprego e para que tenham perspectiva de desenvolvimento. Ver. Mauro, V. Exª é ligado e engajado à questão do desenvolvimento econômico das micro e pequenas empresas: nós precisamos encontrar ambiente para que as micro e pequenas empresas se desenvolvam e para que os jovens encontrem espaço no mercado de trabalho, e a questão da alta tecnologia responde a isso. Eu vou pegar o 4ª Distrito: nós podemos, Ver. Mauro Zacher, com o seu esforço e o de todos nós juntos, desenvolver novamente o 4º Distrito e entregá-lo a uma nova vocação, que é essa de ser um polo de alta tecnologia.

Nas imediações do Aeroporto, já tínhamos a Aeromot, podemos agregar à Aeromot uma série de outras empresas. Agora estão vindo empresas de eletrônica em tecnologia embarcada de aviação e aviônicos. Há a Elbit, que é uma empresa israelense que fez uma joint venture com empresas de Porto Alegre, e a nossa SMIC, através do Secretário Cecchim, tem buscado desenvolver. Nós temos as nossas universidades, Presidente, e podemos desenvolver a biotecnologia, os call centers. Estamos aprovando hoje, felizmente, essa nova medida de inteligência tributária. Sobre os softwares, temos o nosso Tecnopuc, precisamos desenvolver cada vez mais; em relação ao hardware, na Lomba do Pinheiro - não está aqui a Verª Maristela -, estamos desenvolvendo um centro de excelência em hardware, em tecnologia. Temos os novos materiais, a cada dia a pesquisa em novos materiais cresce, e é um setor de agregação de valor que paga muito bem a quem trabalha com isso e a quem pesquisa com essas matérias, garantindo autonomia, garantindo riqueza, independência a qualquer nação que invista nisso. Então quero saudar este momento, quero agradecer ao Ver. Mauro Zacher o empenho que teve nesse processo.

Fica um convite, Sr. Presidente, a todos os Vereadores, para que visitemos uma empresa, Ver. DJ Cassiá, Ver. Brasinha, Ver. Nilo Santos, nossa querida Bancada do PTB; essa empresa é uma das pioneiras, há outras tantas que vão se somar, que estão lá junto ao DC Navegantes, Sr. Presidente, e que já geram mais de três mil empregos em Porto Alegre. E é uma beleza, nós estivemos lá e nos encheu os olhos, porque são jovens em condição de primeiro emprego, eles estão tendo a sua primeira oportunidade. Então, Srs. Vereadores, quero cumprimentar a nossa Câmara. Ver. Waldir Canal, V. Exª tem sido tão dedicado aos temas da melhor idade, dos aposentados, mas também olha com bons olhos a questão da juventude, do primeiro emprego, do encaminhamento ao mercado de trabalho. Também a Verª Sofia, que está sempre trabalhando a questão da educação e dos jovens; o Ver. Oliboni, que está sempre preocupado com a questão da Saúde, mas nós também temos que pensar na questão do desenvolvimento econômico, do emprego.

É um momento muito importante que estamos vivendo aqui. Queira Deus, Sr. Presidente, que estejamos somente inaugurando uma etapa, que vai desenvolver a nossa economia de Porto Alegre e consolidar a nossa Cidade, queira Deus, num futuro muito próximo - e eu tenho certeza de que é a compreensão de V. Exª também, porque tenho visto várias manifestações de V. Exª nesse sentido -, consolidando a nossa Capital, Ver. Toni Proença, como a Capital brasileira da alta tecnologia, para que, nos próximos cinquenta, cem, duzentos anos, nós possamos aqui gerar exemplos para todo o País, para toda a América Latina e, quiçá, para o mundo todo. A matriz, a locomotiva do desenvolvimento, nos próximos tempos, será, certamente, o investimento em inovação, em educação e em tecnologia. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença dos alunos da 8ª série da Escola de Ensino Fundamental Toyama, conduzidos pelo nosso querido Jorge Barcellos e orientados pela Professora Gislaine. Sejam todos muito bem-vindos.

Em nome da Casa, aproveito para cumprimentar o Jorge Barcellos pelo seu aniversário na data de ontem, assim como a Professora Giovana, da Escola do Legislativo, e a Dona Fátima Carapeços, que estão de aniversário no dia de hoje. Parabéns a todos.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, alunos da escola que nos prestigiam nesta tarde; Ver. Mauro Zacher, Relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça. Hoje, de fato, nós estamos vivendo neste Plenário um momento ímpar, quando se discute, nos prazos legais - respeitando não apenas os prazos, mas uma ampla discussão entre oposição e situação nesta Casa -, uma proposta extremamente importante para a Cidade. E isso, eu quero aqui referendar, graças à intervenção do Ver. Mauro Zacher na Comissão de Constituição e Justiça. O Relator da matéria possibilitou uma audiência em que o Governo esteve conosco e fez toda a explicação do Projeto para os Vereadores da Comissão e para os demais que puderam acompanhar aquela audiência, especialmente acolhendo as questões apontadas pelo Ver. Adeli Sell, que estudou também o Projeto e tem acompanhado, há alguns anos, em nossa Cidade, a questão da instalação dos call centers.

Então, de uma forma bastante compreensiva, digamos assim, do processo legal, do rito legal do Regimento desta Casa, pudemos chegar, no dia de hoje, a um acordo de votação importante. É importante especialmente para uma parcela da população, que são os jovens que buscam o primeiro emprego, que não o encontram na nossa cidade de Porto Alegre e terão a oportunidade de usufruir do Projeto, dessa isenção aos call centers que vão estar se instalando, possibilitando à juventude o acesso ao emprego, à geração de renda. É um momento de saudar, sim, os Vereadores que se dedicaram ao tema, Ver. Adeli Sell e Ver. Mauro Zacher, que foi Relator da matéria na nossa Comissão; Vereadores que fizeram um grande esforço para que pudéssemos entender o Projeto, porque ele traz repercussão financeira.

Nas audiências promovidas, verificou-se que o Projeto é condizente com a lei federal; mais do que isso, ele não desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal, que era a grande preocupação que tínhamos nós, os Vereadores, em se tratando de isenção de recurso e de receita para o Município. Pudemos ver que o custo-benefício nessa questão da isenção é muito maior, porque vai oportunizar, com certeza, aos jovens da nossa Cidade a possibilidade de ingressarem no mercado de trabalho através do primeiro emprego. Sabemos das dificuldades que os jovens enfrentam nos dias de hoje atrás de um emprego decente, na possibilidade do primeiro emprego. Sabemos das dificuldades dos jovens por não terem a experiência adequada - esse é o grande desafio. E mais ainda - é o desafio que o Ver. Mauro colocava anteriormente: o que se cobra hoje, principalmente no mundo da imagem, da mídia, é que deve haver uma aparência adequada para um determinado perfil, determinado serviço, o que não acontece no call center; há necessidade, sim, de que as pessoas possam conversar, dialogar. Portanto não estará como primeiro requisito, como primeira necessidade, para pleitear esse primeiro emprego, a questão da aparência, o que faz com que os nossos jovens, especialmente os jovens da periferia, tenham uma oportunidade muito maior do que a gente verifica na Cidade nos dias de hoje.

Essa construção feita a partir da iniciativa desses dois Vereadores, iniciativa que eu ressalto aqui na minha intervenção, fez com que todos nós pudéssemos entender, compreender o Projeto, apresentar inclusive emendas para a sua melhoria. Votaremos com certeza pela aprovação deste Projeto de Lei do Executivo. Obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores, Vereadoras, é um momento importante para esta Casa a discussão e votação deste Projeto que reduz o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza para os call centers. Na verdade, senhoras e senhores, nós estamos trocando imposto por emprego, e isso é muito importante, especialmente numa época de crise. Eu queria cumprimentar o Sr. Prefeito, o Secretário da Fazenda e especialmente os Vereadores que entenderam a importância desse assunto para a comunidade porto-alegrense, que é a geração de emprego, de renda e de impostos. Acreditamos até que, com o incremento dessas atividades, as arrecadações de impostos aumentarão.

Mas eu quero falar, senhoras e senhores, sobre a Emenda nº 01, que foi gestada, há um bom tempo, com o ilustre Ver. Newton Braga Rosa e com este Vereador, para incentivar a educação em Porto Alegre. Nós queremos tornar Porto Alegre uma cidade educadora, fortalecer a educação. Portanto, essa Emenda, que foi estudada junto com o Executivo, junto com o atual Secretário Newton Braga Rosa, de incentivo à ciência e à tecnologia em Porto Alegre reduz o ISSQN das faculdades particulares, que, em troca dessa redução, irão oferecer bolsas de estudos aos estudantes carentes. Finalmente, os estudantes carentes que forem aprovados em vestibulares nas faculdades particulares - portanto, nas faculdades pagas - irão receber uma bolsa de 50% da mensalidade. Isso é extremamente importante.

É evidente, Ver. Todeschini, que deverá ser firmado um convênio com a Secretaria Municipal de Educação para especificar os cursos de interesse da comunidade, não aqueles cursos só de interesse das faculdades. Tem que haver uma sintonia entre as necessidades do Município, as necessidades das faculdades e, especialmente, as dos alunos. Mediante convênio com a SMED, serão fixados os cursos em que o Município e as faculdades têm interesse. Ver. Aldacir José Oliboni, mesmo as faculdades particulares filantrópicas irão participar desse convênio, porque irão receber 50% da mensalidade naqueles cursos em que elas têm ociosidade. Claro que deverá haver um convênio com a Secretaria Municipal de Educação.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, fico muito feliz que V. Exª traga para a discussão este Projeto. Gostaria de saber onde está e quando virá ao Plenário, porque é de enorme interesse para a sociedade, pois nem todo mundo tem acesso ao ENEM, e isso poderá ser uma alternativa para o estudante cursar o Ensino Superior.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Perfeitamente. A Emenda está no Projeto dos call centers que estamos discutindo neste momento, Vereador. Entra como uma Emenda que está devidamente negociada com a Prefeitura, com todos os cuidados necessários. Conversei com a sua Bancada, que também está de acordo. Por isso estou cumprimentando todos os Vereadores, que estão entendendo formar Porto Alegre como uma Cidade educadora, também aprovando o Projeto, também transformando em postos de emprego a área dos call centers. Então, solicito a gentileza da aprovação tanto do Projeto como da Emenda nº 01. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro, prazerosamente, a Visita Orientada, iniciativa do Memorial da Casa, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Érico Verissimo. São 40 alunos de 8ª série, que nos prestigiam com suas presenças. Seja bem-vinda, gurizada! Um abraço! (Palmas.)

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, prezados alunos, parece-me que esta iniciativa tem o mérito, digamos, semelhante ao das ações afirmativas: nós sermos propositivos, como gestores públicos, no sentido de fomentar, de incentivar determinada atividade. Agrada-nos muito que esse seja um tipo de atividade acessível aos jovens com formação inicial, com pouca formação, inclusive às pessoas com deficiência. Os call centers são um espaço de trabalho muito importante para a primeira experiência profissional. Eu acho que este é um Projeto a ser acompanhado. Ele é cauteloso quando põe progressivamente a redução, quando vincula à ampliação de empregos. Está correto nesse sentido, muito correto.

Eu quero comentar um pouco mais a Emenda que o Ver. Nedel propõe. Apesar de o tema ser um pouco estranho - não a redução, mas o teor não é da mesma atividade -, nós queremos reconhecer aqui que o Ver. Nedel já propôs, em vários momentos, um fomento, pelo Município, de bolsas ou de auxílio ao Ensino Superior. Lembro o debate que sempre fazemos no sentido de que a LDB é muito clara: ela diz que os Municípios têm que dar conta do Ensino Fundamental, em parceria com os Estados, e da Educação Infantil. Mas aqui tem um corte que eu acho que se justifica, Ver. Ver. João Carlos Nedel; há uma preocupação, sim, de a área tecnológica ser estimulada - formação na área tecnológica -, e eu gostaria de acrescentar: na área de Educação.

Eu estive em audiência com a Secretária Cleci na semana passada, exatamente para contar que nós aprovamos no Plurianual os cem mil reais/ano para voltar a fazer o convênio com a UERGS, para formação de Ensino Superior para os Educadores Populares. Então, a Secretária Cleci vai retomar esse debate, ou seja, abrir vagas no Ensino Superior para os Educadores das Creches Comunitárias, que são em torno de dois mil - e pouquíssimos com formação -, para atuar com mais de quinze mil crianças na periferia da nossa Cidade. O Município, em alguns casos, de novo, direcionadamente, deve investir na formação, porque ele faz convênio para atender crianças de zero a seis anos, e os seus educadores, na grande maioria, não têm condições de pagar a universidade, não conseguem passar no vestibular disputadíssimo, como é o da UFRGS, porque são adultos com uma história de trabalho já há muito tempo, inclusive afastados da escola. O Município tem, sim, que cumprir com a sua tarefa, não a de dar conta apenas em termos de vagas no Ensino Fundamental, dar conta da Educação Infantil, no caso, mas dar conta da qualidade do atendimento dessas crianças. Então se justifica.

Quando a cidade de Porto Alegre tem o Cientec; quando nós assistimos aqui às palestras do lançamento do livro “Porto Alegre, uma Visão de Futuro” - e eu cumprimento o nosso Presidente pela iniciativa, pelo resultado, pelo debate que aconteceu aqui -; quando temos um corredor tecnológico; quando temos uma área de serviços, principalmente na área da Saúde, fortíssimo; quando sabemos que a vocação de Porto Alegre é desenvolvimento em tecnologia, justifica o Município direcionar ou estimular alguns cursos e ingresso para o fomento dessa área. Agora me preocupo, por isso ponderava com o Ver. João Carlos Nedel. Ele diz: “Sim, é via convênio, porque não tem como o Município atuar de forma universal. Abrirão vagas, serão poucas vagas, não é o Município que tem que dar conta do Ensino Superior”. Na minha opinião, o Município deve direcionar vagas do Ensino Superior, Ver. Nedel, para ver o resultado; por exemplo, direcionar para educadores que vão atuar lá na ponta; bom, o resultado vai ser que as creches comunitárias terão um trabalho mais qualificado. O Município vai direcionar para determinada região, para determinadas indústrias que vão existir no bairro Restinga, no Centro Industrial? Está correto! Ou para atender à demanda de mão de obra do Ceitec? Está correto! Então, o Município deve direcionar essa formação.

Acho que esta Emenda é bem amarrada nesse sentido. O Governo é gestor, tem que ter convênio, vai decretar, portanto ele vai poder utilizar essas vagas para setores, segmentos em que ele quer incidir e promover desenvolvimento em Porto Alegre. É nesse sentido que apoiamos a, digamos, entrada no Ensino Superior: o Município promovendo o desenvolvimento, assim como, claro, a redução do ISSQN dos call centers. É uma construção muito boa, está de parabéns o Governo, está de parabéns esta Casa, que acumulou um consenso em torno do Projeto. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar a presença do querido Varceli Freitas Filho, nosso lambe-lambe. Seja bem-vindo à nossa Casa. Também cumprimento o Ver. Reginaldo Pujol e a equipe da Ouvidoria; eles têm feito um trabalho magnífico, itinerante na nossa Cidade. O Ver. Pujol merece aplausos. (Palmas.) Que V. Exª possa ir mais além na Ouvidoria, não atingindo apenas alguns bairros, mas todos os bairros.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu também quero cumprimentar o Ver. Reginaldo Pujol, que é uma pessoa que ouve muito bem todos aqui na Casa e que agora está ouvindo também toda a sociedade. Isso é muito bom, acho que é o homem certo para realizar esse trabalho.

Ver. Mauro Zacher, imagine V. Exª que nós sempre tivemos uma dificuldade muito grande - não apenas nós aqui em Porto Alegre, mas praticamente o Brasil todo - para o primeiro emprego. Eu lembro que o Governo Federal lançou o programa Primeiro Emprego, e, passado bastante tempo, nós não obtivemos grande sucesso, pelo menos aqui na nossa Região. Passou um ano, e parece que uma pessoa tinha sido realmente empregada através do programa Primeiro Emprego.

O Projeto que nós estamos votando hoje é, mais ou menos, parecido com o Primeiro Emprego, porque, se nós formos procurar as pessoas que são empregadas nos call centers, normalmente são as mais jovens. Os call centers procuram, para exercer a função, aqueles jovens que estão na faculdade ou que recém ingressaram na faculdade. E é exatamente nessa faixa de idade que as pessoas têm a dificuldade maior para encontrar um emprego, porque elas não têm ainda nenhum tipo qualificação ou têm pouca qualificação. Para disputar uma vaga no mercado interno, realmente todos esses jovens têm muita dificuldade. Ora, essa call center, uma das maiores do Brasil e que também tem sede aqui em Porto Alegre, poderá empregar, para se beneficiar daquilo que oferece a lei, Ver. Tarciso, cinco mil jovens. Uma call center para poder se beneficiar daquilo que oferece a lei que está sendo criada aqui na Casa vai ter que empregar cinco mil. Ela já tem empregado hoje, mais ou menos, dois mil e poucos jovens, mas, para chegar ao benefício maior da lei, precisará chegar a cinco mil. Então, imaginem o que nós estamos votando, a responsabilidade de cada um de nós ao votar essa matéria.

E temos que cumprimentar, sim, o pessoal do Executivo, porque fazer essa negociação com os grupos dos call centers para que pudéssemos votar esse Projeto de Lei foi um avanço muito grande. É claro que nós discutimos isso lá na Comissão de Justiça, da qual faço parte, e também lá estão o Ver. Mauro, o Ver. Valter Nagelstein, a Verª Maria Celeste - não me recordo o nome de todos aqui -, o Ver. Reginaldo Pujol, que é o nosso Ouvidor. Lá na Comissão, chegamos à conclusão de que o ideal para essa legislação é que houvesse vários espaços nos quais o imposto fosse diminuindo ou crescendo pouco a pouco, a fim de que várias empresas pudessem ser beneficiadas com a lei.

É claro que essa ideia tem de ser perseguida, e acho que a Emenda n° 01 tem, mais ou menos, esse objetivo. Mas o principal da lei, com toda a certeza, é a possibilidade de fazer com que essa grande call center - e dois têm sede em Porto Alegre - possa chegar a um montante de cinco mil contratações, na sua maioria, de jovens. É um Projeto extremamente meritório, bom, e, dentre os que votamos nesta Casa, acho que é um dos mais importantes pelos benefícios que trará aos jovens, que têm tanta dificuldade para conseguir o primeiro emprego. Num call center os jovens terão mais facilidade para conseguir o seu primeiro emprego. Vamos votar com louvor a matéria e também a Emenda, que já está mais ou menos negociada com o pessoal da Fazenda. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero ratificar o convite aos Srs. Vereadores para hoje, às 17 horas, no Salão Dilamar Machado, participarem da reunião para tratar de assunto relacionado ao Parque Harmonia, com o Coordenador da Semana Farroupilha, o Sr. Vinicius Brum.

O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, saudações ao Colégio Érico Veríssimo, que nos visita nesta tarde. Quanto ao Projeto que propõe a diminuição de ISSQN das empresas de call center, nós não poderíamos ter outra posição senão sermos favoráveis, até mesmo porque na semana passada houve uma discussão com o Secretário da Fazenda, o Secretário Tatsch, a respeito da LDO e das alíquotas de ISS e ISSQN no Município de Porto Alegre. Na nossa opinião, muitas vezes Porto Alegre tem perdido empresas para as cidades da Região Metropolitana e para cidades vizinhas porque elas oferecem impostos menores que os de Porto Alegre, menos de 5%. Com isso muito dessas empresas acabam saindo da cidade de Porto Alegre, mesmo trabalhando na cidade de Porto Alegre.

Nós somos favoráveis, inclusive, a que se baixem esses impostos para outros tipos de empresas, para atrair investimentos e, com isso, gerar emprego, trabalho e renda na nossa Cidade. A Índia, Ver. Dr. Raul, é um país que aposta muito em call centers, investiu muito em educação e, com esse sistema, gerou empregos para o seu povo, que trabalha para as cidades americanas, que contratam os call centers na Índia. Porto Alegre pode avançar ainda mais, Ver. Mauro Zacher, reduzindo os impostos como ISS e ISSQN para a instalação desse call center aqui, mas acho que Porto Alegre deveria ser mais agressiva e ter impostos mais baixos ainda, atraindo mais investimentos nessa área, gerando mais trabalho principalmente para as pessoas da periferia, porque esse trabalho não necessita de um aprimoramento muito grande, basta um treinamento. Nós poderíamos executar trabalhos, Ver. Alceu Brasinha, inclusive, para fora de Porto Alegre, para outras cidades, gerando mais empregos na nossa Cidade.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, concordo plenamente com V. Exª: deveríamos baixar o imposto para o call center e para as empresas pequenas e aumentar o imposto para bancos. Isso sim, porque o imposto para banco é o mesmo imposto que o call center paga. Então, meu amigo, os bancos faturam muito, cobram tudo do cliente e ainda são privilegiados. Eu acho que se deveria cobrar muito dos bancos! O Ver. Sebastião Melo tinha um Projeto que cobrava o ISSQN, mas não sei o que esta Casa fez com o Projeto! Volto a dizer: vamos fazer um projeto para aumentar os impostos para os bancos e baixar os impostos para as pequenas empresas e os call centers.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Com certeza, Ver. Alceu Brasinha, muito obrigado pela sua iniciativa. Isso não só vai aumentar os impostos para os bancos, como também os obrigar a colocar um maior número de funcionários trabalhando, mais caixas, para evitar as filas que ocorrem no início de cada mês, apesar da Lei da Fila. Os bancos estão cada vez mais automatizados, com mais tecnologia, gerando menos empregos e arrecadando mais.

Sobre os call centers, Vereador, como estava falando, Porto Alegre ainda poderia ser mais agressiva e ter alíquotas ainda menores do que essas que foram propostas. Vamos votar favoravelmente este Projeto, mas gostaríamos que fosse mais agressivo ainda, com impostos menores, para gerar mais empregos, mais oportunidades, principalmente porque nos call centers podem trabalhar pessoas que não têm uma formação. Sugiro também que a Prefeitura faça parcerias com entidades para que dar treinamento, que Porto Alegre cresça nessa área de call center, até concorrendo com outras cidades, com outros Estados. Um call center não necessariamente deve trabalhar por uma empresa local; pode trabalhar para outras cidades, como é o caso da Índia, que trabalha para outros países, gerando renda no seu país. Porto Alegre pode seguir no mesmo rumo, acho que ainda podemos ser mais agressivos nessa parte de ISSQN, de ISS para os call centers, como para outras empresas de serviços.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, demais presentes nesta Casa; em primeiro lugar, quero cumprimentar o grande Secretário Newton Braga Rosa, nosso colega Vereador. Quanto a este Projeto, quero dar parabéns ao Ver. Nedel pela sua Emenda e dizer que até que enfim um Projeto e uma Emenda que devolvem aquilo que é do povo. Porque, Ver. Melo, dos doze meses de trabalho no ano, cinco meses são para pagar impostos, vêm mortos para o trabalhador! Justamente aqueles impostos que deveriam ser aplicados numa educação de qualidade, na cultura popular, na saúde, na habitação, Ver. Nilo Santos, nosso Líder. Agora, esses impostos são distribuídos de uma forma, Ver. Dr. Raul, meio escura, porque beneficiam uma minoria e desgraçam uma maioria.

Ora, Ver. Nedel, a proposta não poderia ser melhor: troca de impostos por meia-bolsa de estudos. Eu tenho vários amigos que sonham, um dia, Ver. Pujol, conseguir fazer uma faculdade. Mas a grande maioria deles, Ver. Nilo Santos, termina o 2º Grau e tem que abandonar os estudos, porque não tem condições de pagar uma faculdade, Ver. Todeschini. Não tem condições! E essa proposta, Ver. Chiodo, de redução de impostos em troca de meia-bolsa, ora, tenho certeza de que esta Casa e os colegas Vereadores não vão ter dúvida de que a aprovação de um Projeto desses e de uma Emenda dessas é fundamental, principalmente para o filho daquele trabalhador, para aquele pai que sonha ver seu filho formado.

Talvez esteja aí a oportunidade! Porque, Verª Maria Celeste, eu continuo dizendo e não vou me calar enquanto não vir as coisas acontecerem: escola com porta fechada é uma vaga que se abre para o crime! Jovem sem oportunidade, dentro da sua comunidade, dentro do seu bairro, de frequentar, lá mesmo, uma atividade em oficinas culturais está à mercê do crime!

E quero dizer mais ainda: a desigualdade social é tão grande, Ver. Ervino, é tão grande quanto os impostos que nós pagamos neste País. Pagamos imposto até para respirar, mas não vemos retorno, e a desigualdade social, Ver. Pedro Ruas, está aqui atrás de nós. Olhem o que são aqueles prédios lindos, maravilhosos, com mármore, tapetes vermelhos e, do lado, uma favela! Aqui, logo aqui, a passos daqui, nós temos o retrato da desigualdade social do nosso País!

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, eu só queria lembrar que esta Emenda foi elaborada juntamente com o Ver. Newton Braga Rosa. Ele, agora, como Secretário da Inovapoa, foi quem nos ajudou a articular perante a Secretaria da Fazenda. Muito obrigado.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Quero aqui, então, dar os meus parabéns ao Vereador, nosso colega, nosso Secretário, pela sua atitude, e não poderia ser diferente, porque o educador...

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, eu só quero dizer para o senhor... O senhor falou de tapetes vermelhos, não, vamos também botar um tapete azul!

 

O SR. DJ CASSIÁ: Está certo, Ver. Brasinha.

Bom, eu quero aqui encerrar e, mais uma vez, parabenizar estes meus dois colegas, o Ver. Newton Braga Rosa e o Ver. Nedel, pela Emenda. Podem ter certeza de que terão todo o apoio deste Vereador. E aqui encerro, Verª Sofia, deixando a minha mensagem: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”. “É nóis”. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença do nosso colega Ver. Newton Braga Rosa, Secretário da InovaPOA. Seja bem-vindo, Secretário e colega Vereador!

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pela TVCâmara e pela Rádio Web, eu queria saudar a todos. Também em nome da Bancada do PDT, eu queria saudar, de uma forma muito especial, muito fraterna, muito carinhosa, o sempre Vereador, Secretário da Inovapoa, Newton Braga Rosa. Estivemos juntos aqui por um período, e o Ver. Newton, com o seu conhecimento como professor universitário, também deu uma extraordinária colaboração, junto com este Vereador e outros Vereadores, na área da agricultura do nosso querido Cinturão Verde de Porto Alegre. E o Newton Braga Rosa, no ano passado, já entrou com essa ideia e agora reforçou também, deu a sustentação para que o Nedel entrasse com essa ideia da Emenda, desse extraordinário Projeto.

Hoje se fala tanto, Ver. Newton, em nível nacional, do primeiro emprego, e está aqui o nosso querido Prefeito José Fogaça dando esse exemplo para o Brasil, mandando para esta Casa este Projeto, que negocia imposto por emprego. Tanto se fala hoje em primeiro emprego em nível nacional, e Porto Alegre está dando exemplo, mandando este Projeto para dar condições às pessoas, aos nossos jovens de obter o primeiro emprego. Todas as Bancadas, Ver. Todeschini, aqui se manifestaram reconhecendo esse trabalho, esse Projeto do Executivo Municipal, que vai ao encontro daquilo que eu acho que todos nós, Vereadores e Vereadoras, pensamos e defendemos, que é o primeiro emprego para os nossos jovens.

Eu presido uma entidade da Cáritas, em que hoje existem, aproximadamente, cinquenta, cinquenta e cinco jovens no primeiro emprego. Não são só jovens, Ver. DJ Cassiá, há senhoras também; há mulheres que nunca tiveram oportunidade de ter o primeiro emprego, e hoje a Cáritas oferece essa condição. O número de pessoas não baixa de cinquenta, tivemos mais ainda, até falei há pouco tempo com os meus colegas lá da Cáritas, e eles me disseram que hoje diminuiu um pouco, até pela situação econômica que o nosso povo está vivendo. Mas ainda hoje existem lá cinquenta jovens no primeiro emprego e a média de quinze, vinte senhoras.

Então, essa é uma ideia do Presidente Lula, só que, em nível nacional, se fala muito, mas, na prática, eu acho que falta muita coisa a fazer. Porto Alegre está dando exemplo com o Projeto que nós recebemos aqui do nosso Prefeito José Fogaça. E, conforme o depoimento dos Vereadores, nós temos o Ver. Newton, que está aqui também ajudando, juntamente com o Ver. Nedel, que entrou com essa Emenda, em que, com determinada quantidade de funcionários, as empresas estarão recebendo incentivos, redução de impostos. O país em que se paga mais impostos hoje no mundo é o nosso Brasil! É imposto, tudo é imposto, imposto, imposto! Pelo menos aqui está o exemplo que o nosso Prefeito José Fogaça está dando, que isso sirva para outros Estados também. Ele está propondo a redução de impostos, mas, em troca, dará oportunidade para o primeiro emprego aos jovens que nunca tiveram condições, como, por exemplo, nos call centers. Que bom que as pessoas ainda se lembrem de dar condições, de dar oportunidades para que os nossos jovens tenham condições, pelo menos, de iniciar uma caminhada, de aprender uma profissão, porque muitos deles nunca tiveram oportunidade. Agora, com esse incentivo, com essa redução de impostos, eles terão condições, sim, de começar uma nova caminhada e de ter esperança num futuro melhor.

Portanto, queremos aqui, mais uma vez, parabenizar o Newton Braga Rosa, que passou por esta Casa, que ocupa uma Secretaria, mas que não esquece de vir aqui dar a sua parcela de colaboração, e é isso que nós queremos, é esse trabalho integrado, esse conhecimento de cada um para que nós possamos, sim, com esse conhecimento, colocar no papel, assim como faz o Prefeito, quando manda este Projeto para esta Casa. E aquelas pessoas que podem enriquecer o Projeto que coloquem no papel as suas emendas, para que possamos votar e ir ao encontro daquilo que a nossa população espera dos seus Governos e dos Parlamentos, como somos nós, aqui, da Câmara Municipal. Mais uma vez, meu caro colega Ver. Newton Braga Rosa, muito obrigado, receba o nosso reconhecimento pelo seu trabalho como professor universitário, pela sua competência, pela sua preocupação com o nosso povo e com a nossa Porto Alegre. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão de hoje; com certeza, uma das coisas mais sagradas que o ser humano tem e conquista ao longo da sua vida, além da saúde, é o emprego, a busca de dignidade. E todos nós sabemos que o cidadão que tem o seu emprego vai possibilitar melhores condições de vida para ele, para sua família, enfim, para todos que convivem no seu dia a dia. E todos nós temos nos acostumado a dizer que os impostos são uma das grandes causas malignas, diria eu; de tão elevados que são, acabam muitas vezes travando o desenvolvimento de uma cidade, de um estado ou de um país.

Eu não tinha visto ainda o Governo Municipal de Porto Alegre apresentar à Câmara de Vereadores ou até mesmo aprovar algum Projeto de Lei nesta Câmara que desse a sinalização concreta de redução de impostos. E, pelo que percebemos, o Projeto de Lei ora apresentado possibilita aos call centers, que poderiam ser estendidos a muitos outros, a redução dessa alíquota, que passará a ser a seguinte (Lê.): “O Projeto de Lei ora apresentado propõe a vigência até o final de 2010 de quatro alíquotas: 1) 5% para empresas com até 500 empregados; 2) 4% para as empresas com 501 a 1.000 empregados; 3) 3% para as empresas que tiverem de 1.001 a 2.500 empregados; 4) 2% para as empresas que possuem mais de 2.500 empregados.” Com certeza essa é uma das formas de as empresas aumentarem o quadro de servidores, possibilitando que tenhamos um índice menor de desemprego em nossa Cidade.

Além disso, o Ver. João Carlos Nedel apresenta uma outra Emenda, a Emenda nº 01, que possivelmente será discutida: as universidades, as escolas ligadas à Educação que entrarem nesse programa poderão proporcionar uma meia-bolsa ou 50% aos estudantes que ali puderem frequentar. Diria eu que uma das coisas muito boas que vieram do Governo Lula foi o ENEM, mas nem todas as empresas operam, vamos dizer assim, com esse percentual oferecido pelo ENEM. E aí, segundo o Ver. Nedel, numa parceria com o Município de Porto Alegre, conveniado é claro, iriam estipular regras para que essas empresas pudessem entrar no programa, e aí poderiam possibilitar às famílias de baixa renda uma meia-bolsa, até 50%. O estudante hoje tem duas alternativas: ou ele tem o ENEM, que vai possibilitar a isenção em 100% da sua mensalidade, ou ele não tem nada, a não ser que busque um financiamento junto a um banco e aí possa pagar após a conclusão do curso.

Eu estou torcendo para que, de fato, as universidades e as escolas técnicas particulares possam entrar nesse sistema e ter, então, esse desconto do imposto, uma vez auferido e transferido para os estudantes com uma meia-bolsa, 50%, que é o que o Vereador propõe na Emenda nº 01 deste Projeto. Por essa razão, com certeza, todos nós votaremos favoravelmente. Mas, mais do que isso, temos que ampliar, sim, a isenção de impostos ou a redução de impostos para não só atrair empresas para Porto Alegre, mas para possibilitar mais dignidade ao cidadão que busca um emprego, que traz a felicidade para o seu convívio, para suas famílias. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, esta matéria, desde o ingresso na Casa, em abril, despertou a nossa atenção. O que é óbvio na medida em que, num discurso até doutrinário - mais do que isso, num compromisso que tem nos custado muito caro -, nós integramos um grupo de políticos brasileiros que sustentam a conveniência de se reduzir a carga tributária como forma de incrementar a atividade econômica, a criação de emprego e o acréscimo da renda. Este Projeto tem na sua raiz esta característica: busca, reduzindo a tributação, incrementar a contratação de pessoal para trabalhar em serviços de atendimento ao cliente, televendas, telemarketing, pesquisas de mercado, suporte técnico, ouvidoria, recuperação de crédito e confirmação de cadastro através de contato telefônico, da web, de chats, ou por e-mail, observado o número de empregados que o prestador de serviço possua neste Município, conforme disposição estabelecida na tabela que estamos em vias de aprovar.

Eu vislumbrei, no começo, uma certa discriminação contra o menor, aquele pequeno que contratava um número inferior a 500 empregados, que continuaria com a alíquota nos valores que hoje estão colocados. Posteriormente à discussão provocada pela Comissão de Constituição e Justiça, por requerimento do Ver. Mauro Zacher e iniciativa do Ver. Valter Nagelstein, a Casa discutiu com o Secretário da Fazenda esse assunto. Viu-se que o problema não se analisa somente por um ângulo, tem que ser observado em todo seu espectro, então raciocinei da seguinte forma: se o Executivo, dentro de determinados critérios e dentro da sua competência, quer fazer uma forma diferente de tributação a esses setores da vida econômica da Cidade e da prestação de serviços, se isso representa um avanço, ficarmos aferrados a princípios válidos como a de preservação da pequena empresa em detrimento da grande empresa, inverter neste momento a linha de raciocínio não é nenhum desvio da nossa linha doutrinária, senão o reconhecimento de que se junta ao interesse do Executivo, no que diz respeito à arrecadação, um interesse maior ainda, que é o de estimular o aumento do emprego, a realização de políticas de impermeabilidade capazes de responder objetivamente ao período de crise em que estamos vivendo.

Por isso, Vereador-Presidente, com a maior tranquilidade, sem que nada do que tenha dito até agora deva ser modificado, mas vivendo esse quadro que estou descrevendo aqui da tribuna, venho me somar ao que parece ideia dominante da Casa de aprovarmos o Projeto, enriquecido pela Emenda do Ver. Nedel, que é uma forma inteligente de se estimular a qualificação profissional da nossa juventude, através de um compromisso que seria transferido para essas empresas, transferência que, parece-me, foi negociada por antecipação, seria por elas acolhida, e, evidentemente, evitaria qualquer discussão judicial a respeito da sua eficácia.

Fico nisso, Sr. Presidente, alertado com a conclusão do nosso tempo, e, obviamente, meu discurso todo se encaminha para confirmar uma disposição já anunciada de acompanhar a grande maioria da Casa, espero até que a totalidade da Casa, na aprovação do presente Projeto de Lei. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; prezados colegas Vereadores e colegas Vereadoras, senhoras e senhores, este Projeto de Lei que propõe criar alíquotas regressivas do ISSQN para os call centers ou serviços de telemarketing é uma proposta importante e interessante para Porto Alegre; primeiro, porque nos encontramos em pleno processo da revolução da tecnologia da informação e da comunicação; e esse tema e esses serviços são os que mais crescem no mundo. É um serviço que dá condições de gerar muitos empregos, principalmente empregos direcionados à juventude, na busca do primeiro emprego e, numa sequência desse trabalho, num emprego mais qualificado, inclusive com uma formação linguística, seja de espanhol, seja de inglês, que atuam de um território base para o mundo. E há algumas cidades brasileiras que já se aperceberam disso e produziram essa política há alguns anos. Podemos citar aqui Belo Horizonte e algumas cidades de Minas Gerais; em São Paulo há muitas cidades que já adotaram essa postura.

E aí nós estamos aplicando aqui uma teoria da economia das alíquotas dos impostos. Nesse sentido, cumprimento aqui o nosso colega Newton Braga Rosa, que muito discutia aqui; a Lei de Lafer significa diminuir impostos para um setor e aumentar o volume de atuação, e o resultado final dessa arrecadação de impostos é maior do que o muito cobrado de poucos. Portanto, é melhor cobrar pouco de muitos do que muito de poucos.

Em Porto Alegre, prezado Secretário da Inovação Tecnológica, esperamos que, inclusive com a sua atuação, mude o enfoque da Cidade no sentido de atrair novos empreendimentos na área da tecnologia e informação. Eu e o Ver. Newton Braga, na Legislatura passada, formatamos o Comitê Pró-CeBIT, algo que está conquistado, está em termos de ajustes finais para realizarmos a 1ª Feira Mundial da Tecnologia da Informação e de Comunicação, a CeBIT de Hannover, em Porto Alegre. Nos estudos que fizemos na Alemanha, identificamos que a totalidade das empresas que prestam serviços da tecnologia da informação e comunicação, 85% delas compõem até 25 pessoas desenvolvendo o trabalho. Pessoas formatadas com um alto grau de conhecimento de tecnologia da informação e da comunicação que geram novos produtos para o mundo. E nós, aqui em Porto Alegre, estamos construindo centros de excelência na tecnologia da informação e da comunicação. Vide o Tecnopuc, vide a UFRGS, o Ceitec, que é o primeiro centro de elaboração de chips da América Latina, um Projeto de 180 milhões de dólares do Governo Federal em parceria republicana com o Estado e Município.

E o que é que acontece na cultura porto-alegrense? Esse conhecimento Porto Alegre está exportando para outras partes do Brasil e do mundo. E temos de fazer o movimento inverso, Secretário, gerando aqui política competitiva para atrair essas empresas, principalmente, para as novas empresas, para os novos empreendedores da juventude que se forma, para ela ficar no território de Porto Alegre, produzir aqui riqueza e exportar produtos com a inteligência agregada, e não exportarmos seres humanos inteligentes que vão produzir e agregar valores em outras partes do mundo, e depois nós importamos esses produtos, prezado Pedro Ruas. A dinâmica apresentada neste Projeto do Executivo, Sr. Presidente, é a aplicação, nada mais nada menos, da Lei de Lafer, em que se diminui a tributação, cobra-se menos de mais, arrecada-se mais, mais efetivo do que cobrar muito de poucos, que os expulsam da competitividade e da geração de tecnologia da comunicação e da informação.

Nesse sentido, já foi dito aqui, o nosso Partido discutiu, tem uma posição favorável ao Projeto, tem o entendimento de que isso é uma política ampla de Porto Alegre, e não só para alguns setores. Concluo, dizendo, que Porto Alegre está em dívida com um projeto de futuro, de geração de tecnologia e geração de emprego e renda na absorção desse potencial, que hoje é potencial mundial. Um grande abraço.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/09.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que nos assistem neste momento, aqueles que nos acompanham também na Câmara, recebam o nosso boa-tarde, o nosso abraço, a nossa saudação. Venho a esta tribuna porque ouvi aqui uma fala que vai, mais ou menos, no seguinte sentido: paga-se um monte de impostos, e têm-se retornos muito reduzidos. Não sei, pelo que eu acompanho dos debates e pelo que eu acompanho e comparo a outros países, o Brasil tem a metade da tributação que os Estados Unidos têm, por exemplo. E os Estados Unidos têm só a metade do que outros países da União Europeia têm. Então, não é desproporcional o que nós temos de arrecadação, até porque grande parte da economia do Estado é sustentada a partir dos tributos, cito: todo o funcionalismo público, todos os programas públicos, os investimentos, Ver. Oliboni, também.

E, graças ao Estado forte, nós conseguimos passar por uma crise mundial violenta. E isso porque há um Estado organizado, um Estado forte, um Estado capaz. Aqui em Porto Alegre nós temos um Orçamento, que estamos votando agora, a LDO, de 3 bilhões e 250 milhões de reais por ano, ou seja, para o período dos próximos quatro anos serão 13 bilhões de reais a valores de hoje; contando o crescimento da correção, vai se chegar a 15 bilhões de reais. De onde vem esse dinheiro? É dos tributos! Agora, se o recurso não é bem gerido, se ele não está bem aplicado, é outra coisa; se o Governo não é competente para fazer com que os programas, o atendimento a quem precisa e as políticas públicas cheguem da maneira como devem chegar, é outro departamento, é outro problema. E aí nós vamos discutir, na sequência, a questão da LDO, que vai tratar do tema, do assunto.

Nós devemos ter extremo cuidado: dizer que o Estado arrecada muito e retorna pouco não é verdadeiro. Pode retornar mal em algumas situações; agora, quem quer passar por situações diferentes daquela que se passou, do Estado mínimo, do neoliberalismo, da destruição do público tem que olhar isso criticamente. Eu sou defensor do Estado capaz, do Estado profissional, do Estado forte e que tenha capacidade de organizar, intervir.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estado forte, Estado totalitário.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Não! Ninguém aqui é a favor de Estado totalitário. Quem é a favor do Estado totalitário é quem sustentou a ditadura militar, inclusive esses que falam fazem parte. Então, nunca poderei ser acusado de defender o Estado totalitário; defendo a democracia, defendo a liberdade, porque só a democracia e a liberdade constroem um futuro.

Este Projeto vem na direção de fazer um jogo compensatório, é uma situação pontual que pode ter os efeitos dimensionados nos cálculos de uma projeção de desenvolvimento, de atração de outros benefícios, mas é uma questão calculada, e vamos ser a favor. Agora, isso não serve para alimentar a ideia que estou discutindo, de que o Estado quer muito, pode muito, cobra muito e não faz nada - não é verdade. Pode haver frentes que estão mal geridas, mal-escolhidas, mal-eleitas. É diferente, nós estamos falando de situações em que a boa arrecadação e a boa organização do Estado devem se voltar para o público, para a grande maioria das pessoas, em especial àquelas que mais precisam. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a discussão. Em votação o PLCE nº 002/09. (Pausa.) O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 002/09.

 

O SR. PEDRO RUAS: Ver. Sebastião Melo, ilustre Presidente desta Casa; Vereadoras e Vereadores, nós temos que analisar com muito cuidado, com muita cautela, cada Projeto que proponha e discuta isenção tributária, diminuição de carga tributária, etc. Por quê? Porque muitas vezes o que nós temos, na verdade, é um beneficiamento indevido, e não podemos esquecer que a nossa sociedade, em termos de União, Estados e Municípios, somente pode cumprir as suas finalidades de Governo através dos tributos que são cobrados. Portanto, há necessidade de cautela, sim, em cada exame.

Nós, do PSOL, temos por norma não votar favoravelmente, a não ser através de minucioso exame de mérito dos projetos dessa natureza. Mas este Projeto tem, aparentemente, esse mérito, justifica-se na sua essência. E é um Projeto que, para além daquilo que já consta na sua Exposição de Motivos, meu caro Secretário, para além do que já foi debatido na tribuna, eu destaco um aspecto registrado pela Verª Maria Celeste, Líder da oposição na Casa, de que ele impessoaliza a relação a ponto de deixar absolutamente secundarizada a famosa e tão cinicamente negada questão da aparência do trabalhador. Eu registrei, no momento em que falava a Verª Maria Celeste, esse aspecto, que me parece um dos mais importantes que essa possibilidade de emprego que o Projeto traz como justificativa nos apresenta. Não só por esse motivo, é verdade, mas, sim, pelo conjunto do que traz o Projeto; mas esse motivo, Verª Maria Celeste, seria já um motivo importante de ser analisado. Não sei se ele, isoladamente, justificaria, mas ele é muito importante.

O mérito do Projeto, portanto, faz com que nós, Secretário, encaminhemos favoravelmente esta votação. Achamos que a aprovação é importante, como de resto, Ver. João Carlos Nedel, encaminhamos também favoravelmente a votação e aprovação da Emenda de autoria de Vossa Excelência. Trata-se de uma Emenda também meritória, que trata de tema extremamente caro para nós, importante, que é a Educação, fundamentalmente a possibilidade de alunos carentes terem acesso a um tipo de ensino que normalmente lhes é negado. Por isso a Bancada do PSOL, falo em meu nome e no nome da Verª Fernanda Melchionna, encaminha favoravelmente a votação e aprovação, claro, deste Projeto e também da Emenda de V. Exª, Ver. João Carlos Nedel. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 002/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação o PLCE nº 002/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes. (Palmas.)

Cumprimento os Srs. Vereadores.

Neste momento, quero convidar os membros da Mesa Diretora para uma reunião extraordinária. E, por analogia do Regimento, sendo o Ver. Reginaldo Pujol o mais antigo, o mais idoso da Casa, convido-o a assumir a presidência dos trabalhos desta Sessão, tendo em vista que os demais membros da Mesa vão se retirar para uma reunião. Desejo um bom trabalho a Vossa Excelência.

 

(O Ver. Reginaldo Pujol assume a presidência dos trabalhos.)

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 109/09 – (Proc. nº 3466/09 – Ver. Engenheiro Comassetto) – requer Moção de Solidariedade ao Ministério Público Federal e seus Procuradores na ação de improbidade administrativa contra a Governadora e o seu Governo.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação o Requerimento nº 109/09. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 109/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não esperava que os Vereadores da Bancada do PT agissem dessa forma, trazendo aqui para o Plenário uma Moção para apoiar algo que foi absolutamente ridículo para a história do Ministério Público. O Ministério Público não merecia que alguns dos seus Procuradores agissem da forma como agiram, quando apresentaram aquele processo diante da juíza de Santa Maria. Quando as coisas são sérias, elas não precisam ser espetaculosas; elas não precisam, Ver. Mario Manfro, ser anunciadas da forma como foram anunciadas, ainda mais quando se dizia que o processo era segredo de Justiça. Como pode existir segredo de Justiça quando aqueles que são os autores da matéria chamam todos os órgãos de imprensa para anunciar os pontos principais daquilo que vai ser assacado contra quem eles querem atingir?

Os Srs. Vereadores, as Sras Vereadoras não viram este Vereador vir, em momento algum, a esta tribuna, para defender a Governadora ou quem quer que seja do seu Partido. Eu não vim aqui porque acredito que existe um fórum em que essas questões devam discutidas, e esse fórum está sendo bem utilizado; foi a Assembleia Legislativa o fórum correto, e eu acredito que há justiça onde o processo está sendo discutido. Por isso mesmo eu, Vereador-Líder da Bancada do PSDB, e o meu colega Ver. Mario Manfro resolvemos que não viríamos aqui discutir o processo neste Plenário, nesta tribuna. Então, não viemos atacar ninguém e também não viemos defender ninguém, deixamos que o processo corresse normalmente.

Agora, utilizarmos o expediente de uma Moção aqui para dizermos que os Procuradores que entraram na Justiça contra a Governadora, do modo como entraram, estavam corretos e merecem aplausos de nossa sociedade!? Eu acredito que o Ministério Público, que é um órgão de respeito, merece ser tratado com respeito por todos nós, mas, quando ele “pisa na bola”, não pode ser aplaudido, porque, afinal de contas, ele não está acima do bem e do mal. Os seus Procuradores não estão acima do bem e do mal. Se nós aqui, representantes da sociedade de Porto Alegre, não reconhecermos que o Ministério Público agiu mal, através daqueles Procuradores, pela forma como eles apresentaram o processo diante da juíza de Santa Maria, se nós não fizermos esse reconhecimento, ora, pelo amor de Deus, estaremos dizendo para a sociedade de Porto Alegre que somos representantes injustos, porque, afinal de contas, a forma como os Procuradores procederam não foi a mais correta! Nós não gostaríamos que aquele processo corresse daquele jeito contra nenhum de nós ou contra pessoas que representamos aqui.

Quero que tudo seja averiguado. Quero que aquilo que foi denunciado possa ser comprovado. Quero que essas denúncias sejam averiguadas até o final, mas não posso reconhecer que os Procuradores agiram de maneira certa. Os Procuradores agiram de maneira errada, usando os meios de comunicação para se autopromover e para fazer sensacionalismo em um momento que exigia mais seriedade. Por isso acredito que este Plenário não pode, de forma alguma, aprovar uma Moção apoiando a ação dos Procuradores do Ministério Público, porque eles agiram - não só a meu ver, mas como a sociedade viu - de forma absolutamente errada.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 109/09.

 

O SR. PEDRO RUAS: Ilustre Ver. Reginaldo Pujol, que preside a nossa Sessão neste momento; Vereadoras e Vereadores, a Moção apresentada pelo Ver. Engenheiro Comassetto remete-nos a uma discussão que, de fato, tem tomado a atenção de toda a sociedade gaúcha e de uma parte da sociedade brasileira; foi, inclusive, pauta importante nos debates da CPI da Assembleia Legislativa - a CPI da Corrupção - no dia de ontem. Eu ouvi com atenção o ilustre colega e amigo Ver. Luiz Braz, que sabe do respeito e da amizade que lhe devoto há tantos anos. Portanto, entro no mérito da Moção, Ver. Luiz Braz, e esse mérito nada tem a ver com V. Exª, porque sei das suas posições e da sua biografia - honrada, por sinal.

Quero registrar, Ver. Engenheiro Comassetto, que o PSOL entende como absolutamente oportuna a Moção que V. Exª propõe. E digo que, há muitos anos, se buscavam prerrogativas para o Ministério Público como órgão defensor dos interesses maiores da sociedade, algo onquistado com a Constituição de 1988. Foi um longo caminho! Em 1987, a Ordem dos Advogados do Brasil, por seu Conselho Federal, apresentou diversas propostas na Constituinte, buscando exatamente isto: que o Ministério Público, como um todo - ou seja, suas secções estaduais e sua competência federal -, pudesse, de fato, exercer a função para a qual foi criado, que é representar os interesses da sociedade, principalmente naquilo que diz respeito à probidade administrativa, ao combate à corrupção, à denúncia de poderosos.

Esse episódio específico demonstrou um Ministério Público Federal, na sua Seccional Rio-Grandense, agindo exatamente como foi proposto, em 1987, pela OAB e seu Conselho Federal: buscando fatos de uma investigação longa, de mais de 30 volumes, com 20 mil horas de áudio escutadas e analisadas, tendo a coragem de fazer a proposta de uma Ação Judicial por Improbidade Administrativa contra nove pessoas, entre as quais a Governadora do Estado do Rio Grande do Sul. E aquela ação não é fundamentada numa vontade política, numa divergência partidária, num eventual conflito ideológico, não; é fundamentada num conjunto de provas diuturnamente analisadas durante meses - meses! - com conclusões importantes e estarrecedoras! E tamanhos foram os ataques sofridos pelo Ministério Público Federal que moções desta natureza, Ver. Comassetto, se justificam e até se impõem, porque, na verdade, cada um de nós, que em algum momento já quis que acontecesse a ação eficaz do Ministério Público no plano estadual, no plano federal, guardadas as competências, se regozija com atuação desses seis Procuradores da República.

Nós tivemos a oportunidade de examinar quase toda a petição que foi apresentada por esses Procuradores, e ela é absolutamente inquestionável. Chega ao ponto do brilho jurídico na sua convicção. Por isso esse trabalho, que foi e é importante para a sociedade gaúcha, e de alguma forma brasileira também, tão questionado e tão importante ao mesmo tempo, como divisor de águas hoje no nosso Estado, precisa ter, sim, desta Casa, Ver. Reginaldo Pujol, um posicionamento. É importante a Moção. Para nós, Vereadores de Porto Alegre, é a oportunidade de nos manifestarmos sobre um trabalho que, repito, hoje é algo principal da opinião pública gaúcha. Tenho certeza de que, assim como o PSOL encaminha favorável esta Moção para a sua aprovação, outras Bancadas que também conhecem e reconhecem o esforço feito por esses Procuradores em benefício do que nos é mais caro, a probidade da Administração Pública, hão de fazer o mesmo.

Pedimos a aprovação; cumprimentamos o autor e sabemos que fará diferença para a história da Cidade o posicionamento correto nesse sentido. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 109/09. (Pausa.) Desiste.

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 109/09.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; amigos e cidadãos que nos acompanham nas galerias da Câmara; nosso Secretário, que nos acompanha também na nossa votação, Professor Newton Braga Rosa; senhoras e senhores; Ver. Luiz Braz: ouvindo com atenção a sua manifestação e, com a mesma atenção, a manifestação do insigne Ver. Pedro Ruas, chama à minha alma a minha convicção e a minha formação, a escola que trago de casa como advogado. Tenho as minhas críticas ao Governo da Governadora Yeda Crusius, tenho as minhas reservas, as maiores possíveis, com relação à postura política de S. Exª a Governadora do Estado. Isso está posto aqui, vamos dizer, no escaninho das minhas convicções pessoais e ocupa um lugar.

Outro lugar, lembra-me a Verª Sofia, é a postura do meu Partido, que é um Partido que meio que perdeu a sua alma nesses últimos tempos, porque, lá em Brasília, não se sabe se o PMDB é Governo, se não é Governo, se é a tropa de choque do Presidente Lula; aqui, no Rio Grande do Sul, não se sabe se o PMDB é Governo ou se não é Governo. O meu Governador Germano Rigotto não queria que o Partido participasse, mas não foi ouvido, e o Partido participa do Governo. Já me manifestei nesta tribuna mais de uma vez contrariamente a essa participação, porque acho que o povo soberanamente decidiu que teria um Governo, a Governadora seria a Governadora Yeda Crusius, e o nosso projeto acabou, infelizmente, por uma contingência do destino ou não, por um erro de cálculo das pessoas ou não, num universo de dez milhões de eleitores, 17 mil votos; não importa, acabamos fora, Ver. João Pancinha. Acho que o mais correto seria não termos participado do Governo, termos aproveitado esse espaço de quatro anos para um gesto de contrição do Partido, de exame dos nossos erros e dos nossos acertos e, a partir daí, tentarmos encetar uma nova caminhada. Infelizmente, não foi esse o entendimento, para o mal do PMDB, porque sangra o Partido. Perdemos discurso. Isso que vem acontecendo ao PMDB é ruim, é mau, e eu não queria que não fosse assim.

Não obstante essas posições, eu, como advogado e como Vereador, acho que é absolutamente imprópria, com todo o respeito aos Vereadores proponentes, e maxima venia concessa, uma Moção de Repúdio, e nós, Vereadores da Câmara de Porto Alegre, estarmos entrando numa ceara e numa questão que não nos diz respeito. Também acho impróprio cumprimentarmos o Ministério Público por aquilo que é a sua obrigação, e não quer dizer que o Ministério Público diga a lei, ele é parte, ele não jurisdiciona, não dá a sentença; quem dá a sentença é o magistrado. O Ministério Público diz, como parte; a defesa, como parte, coloca as suas razões, e ao magistrado, em última análise, cabe prolatar a sua sentença, que é sagrada. E não podemos, Ver. DJ Cassiá, porque o Ministério Público fez aquilo que é a sua função, estar propondo, com todo o respeito, Ver. Comassetto, volto a dizer, maxima venia concessa, uma Moção de Solidariedade àquilo que constitucionalmente é obrigação do Ministério Público! Importa essa Moção de Solidariedade, obviamente, num posicionamento político, numa demarcação de território, mas importa, de certa forma, estarmos fazendo um juízo de valor que não nos cabe. Volto a dizer: a quem cabe esse juízo de valor, que será dado no momento certo, obedecido ao devido processo legal, obedecido o contraditório, e que se manifestará nesse sentido, será a juíza da Vara Federal de Santa Maria, depois o Tribunal Regional aqui e, em última instância, lá em cima, porque tenho certeza de que esse processo subirá aos tribunais superiores.

Portanto, queria somente deixar a minha manifestação com relação à impropriedade, parece-me, de estarmos nos infiltrando em uma ceara que não é nossa. Dessa forma, acredito que o mais correto seria a Câmara de Vereadores se ater àquilo que é a sua competência precípua e específica, devemos deixar que essas questões corram no seu curso natural, que o Ministério Público cumpra a sua parte, que as defesas possam arrolar as suas razões, e que o Judiciário, de forma sagrada e soberana, possa, em última análise, dar o seu veredicto e a sua sentença. Era essa a minha posição, Sr. Presidente, e agradeço a atenção de Vossa Excelência. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Defiro o Requerimento da Verª Maria Celeste e solicito a abertura do painel para verificação de quórum. (Após o fechamento do painel.) Há onze Vereadores presentes, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h30min.)

 

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